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13ª Plenária da CUT Estadual elege delegados/as e discute plano de ação até 2023

Os delegados eleitos irão representar os diversos segmentos da classe trabalhadora na 16ª Plenária Nacional da CUT, prevista para ocorrer de 21 a 24 de outubro de 2021.

Publicado: 23 Agosto, 2021 - 16h01 | Última modificação: 23 Agosto, 2021 - 19h18

Escrito por: Assessoria/CUT-MT.

CUT-MT
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13ª Plenária CUT Mato Grosso - Virtual

A 13ª Plenária Estadual da CUT Mato Grosso ocorreu de maneira virtual nos dias 20 e 21 de agosto e contou com a inscrição de 213 delegados e delegadas e 9 suplentes. Os delegados eleitos a partir destes, irão representar os diversos segmentos da classe trabalhadora na 16ª Plenária Nacional da CUT, prevista para ocorrer de 21 a 24 de outubro de 2021.

Entre os objetivos da 13ª Plenária Estadual da CUT-MT – Júlio Cesar Martins Viana e Jocilene Barboza dos Santos, está a apreciação do texto base da Plenária Nacional e a avaliação da atual conjuntura política internacional, nacional e regional.

Como convidados para falar sobre as conjunturas, palestraram no primeiro dia do encontro, o Secretário de Finanças da CUT nacional, Ariovaldo de Camargo e o presidente da CUT Mato Grosso, Henrique Lopes do Nascimento.

O tema central das palestras girou em torno da conjuntura política e econômica no Brasil e no Mundo, no contexto das Reformas e da negação dos direitos da Classe Trabalhadora. O Secretário de Finanças da CUT nacional iniciou sua fala abordando um dos assuntos mais comentados nos noticiários pelo mundo nos últimos dias: a retomada do poder do Talibã no Afeganistão. O sindicalista repudiou a ação do grupo extremista que cerceia direitos humanos, especialmente no que tange às mulheres. Ariovaldo fez um paralelo dos ataques ao sistema democrático com a realidade que enfrentamos hoje, no Brasil. “Vivemos um período de constantes ataques à democracia e às liberdades individuais pelo governo Bolsonaro. Essa inclinação evidente do presidente pela ditadura, é um sinal vermelho para toda a sociedade, por isso, é importante avaliarmos o conjunto de ações desse governo com um olhar mais crítico, já que cada ação dele, tem a finalidade de retirar direitos, destruir serviços públicos e implantar uma ditadura fascista no país”, disse.

O sindicalista também citou a ação desastrosa de Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus, que resultou em uma triste marca de quase 600 mil brasileiros mortos pela Covid-19. “O governo Bolsonaro vem de uma política negacionista. Se recusou a usar do orçamento público para comprar vacinas em tempo hábil, o que poderia ter evitado milhares de mortes. Além disso, sua atuação com reformas como a trabalhista, já aprovada e agora a administrativa, em tramitação, promove o desmonte dos serviços públicos. O que nós precisamos evidenciar para a população é que essas reformas não prejudicam exclusivamente os servidores públicos e é um equívoco pensar assim. O que vai acontecer se não nos mobilizarmos, é o fim de todos os serviços públicos e isso atinge em cheio todos aqueles que se utilizam desses serviços, ou seja, a população em geral”, alertou.

Ariovaldo citou, como exemplo, ações do projeto autoritário e fascista de Bolsonaro na educação pública no país. “Temos a educação, por exemplo, sendo diariamente atacada por esse governo. Isso passa desde o sistema de voucher nas creches, até a militarização das escolas. Além disso, vimos a declaração ultrajante do Ministro da Educação de Bolsonaro, dizendo que alunos com necessidades especiais são um ‘atraso’ para os demais estudantes, o que prova seu desrespeito total com a inclusão e os direitos humanos”, disse.

O presidente da CUT Mato Grosso, Henrique Lopes também citou a conjuntura estadual, com a atuação do governador Mauro Mendes, que segue a mesma política de destruição dos serviços públicos da agenda bolsonarista. “Mato Grosso foi tema dos noticiários nas últimas semanas com a cena triste da ‘fila do ossinho’. Um estado campeão nacional da produção agropecuária, tendo fila de pessoas para receber doação de ossos. Isso não é por acaso, é fruto de uma política perversa, que não prioriza o povo e nem a classe trabalhadora. Aqui, Mauro Mendes segue com esse plano de mercantilização dos serviços públicos, fazendo de tudo para transferir os recursos provenientes dos nossos impostos para as mãos da iniciativa privada”, destacou.

Henrique Lopes também alertou para a necessidade do embate da classe trabalhadora quanto ao conjunto de reformas nas esferas federal e estadual. “Aqui no estado vimos um conjunto de leis, com uma mini reforma administrativa, que provocou danos seríssimos aos trabalhadores que são do funcionalismo, mesmo aqueles que já estavam aposentados. Diante desse cenário, que pode ser agravado com a aprovação da PEC 32 da reforma administrativa do governo federal, precisamos mais do que nunca, definir nosso plano de ação para fazer o enfrentamento a esses ataques. Nosso trabalho agora é com objetivo de devolver o Brasil para os brasileiros e quanto à isso, estamos atuando já olhando para as eleições de 2022”, disse o presidente da CUT-MT.

No segundo dia de Plenária Estadual, palestrou o Secretário de Cultura da CUT Nacional, José Celestino Lourenço, que trouxe para o debate, a necessidade da valorização da cultura em todas as esferas da sociedade. “Cultura não é fazer eventos. Cultura é um elemento fundamental da educação, é um instrumento de fortalecimento de identidade do indivíduo, sem a qual, é impossível desenvolver senso crítico e de pertencimento”, disse.

CUT-MTCUT-MTCelestino ainda citou o tema fake News e o poder da comunicação em massa. “Estamos vivendo nessa era onde as mentiras contadas muitas vezes, tornam-se verdade. O atual presidente foi eleito com base nessa premissa, por isso, é ainda mais importante que nós, enquanto classe trabalhadora, venhamos a desmascarar as mentiras disseminadas na mente das pessoas através das redes sociais, mascarada muitas vezes de ideologia e uma cultura distorcida”, ressaltou.

Os debates do segundo Painel de discussões também contaram com as contribuições do secretário de Relações Internacionais da CUT-MT, Antônio de Lisboa Amâncio Vale. Ele abordou a temática envolvendo a organização e as estratégias da classe trabalhadora frente à necessidade da garantia de direitos e o fim do genocídio do povo brasileiro. “É necessário nos organizar, fazer esse trabalho conjunto de enfrentamento, manifestando e expondo a face antidemocrática do governo Bolsonaro. A disseminação da informação é uma arma importantíssima no combate ao projeto fascista do atual governo, por isso, temos que usar das redes sociais e todas as formas possíveis de levar informação, para colocar uma lupa sobre os atos e consequências que essa política que flerta com a ditadura pode provocar em toda a sociedade”, disse.

Nos grupos de trabalho, os delegados puderam esmiuçar ponto a ponto as propostas levantadas coletivamente. Ao final dessas discussões foi realizada a Plenária Deliberativa, onde houve a exposição e aprovação das emendas ao texto base e a conclusão da eleição dos 6 delegados e delegadas e suplentes, que irão representar as demandas de Mato Grosso na Plenária Nacional da CUT.

Uma das coordenadoras dos trabalhos, a Secretária Geral da CUT-MT, Guelda Andrade, destacou a relevância do engajamento dos delegados nesse papel de representatividade dos diversos segmentos da Classe Trabalhadora. “É a partir de discussões como estas, que podemos contribuir com a construção das defesas que precisamos fazer diante do projeto político que está posto no Brasil, hoje. Temos esse compromisso de atuar como protagonistas da história e isso só é possível através de um plano estratégico construído coletivamente, a quatro mãos, envolvendo todas as esferas da sociedade. Nossa plenária foi muito proveitosa e agora poderemos incluir nossos apontamentos na reunião nacional”, disse Guelda.

Fonte: Assessoria/CUT-MT.