Escrito por: CUT MT

CUT MT e Sindsep/MT realizam manifestação em defesa do Serviço Público

Ato respeitou o distanciamento social e cobrou mais segurança aos profissionais da saúde

Francisco Alves

Nem mesmo diante da pandemia do COVID19, o governo Bolsonaro desiste do projeto de desmonte do serviços públicos. Por isso, nesta quarta-feira (27.05) - Dia Nacional de Luta em defesa do Serviço Público – teve manifestação em todo o Brasil para defender os direitos dos trabalhadores, a expansão dos serviços públicos, o fim do congelamento salarial e a derrubada do veto presidencial ao PLP 39/2020.

Em Cuiabá, os dirigentes da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT MT)  e do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso (Sindsep-MT) realizaram ato de protesto, respeitando às medidas de segurança para evitar o contágio, em frente ao Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT/Ebserh), cujos trabalhadores estão na linha de frente do combate à pandemia de covid-19.

Através de cartazes os manifestantes destacaram temas importantes “Em defesa da vida, dos serviços públicos e da Democracia”. “Mostramos que é possível fazer um protesto, em defesa da democracia e pedindo a revogação da Emenda Constitucional 95, em defesa do serviço público, do SUS e dos profissionais de saúde,  respeitando as recomendações da OMS”, destacou o presidente do Sindsep/MT, Carlos Alberto de Almeida.

Os cartazes abordaram, entre diversos assuntos, o congelamento salarial, os vetos ao PLP 39, contra o autoritarismo (MP966) e Fora Bolsonaro. Também reivindicaram concursos públicos, o fortalecimento e ampliação do SUS e mais equipamentos de segurança para quem precisa, além de fila única dos leitos do SUS e revogação da Emenda Constitucional 95 (EC -95), que limita o gasto em saúde, educação e segurança.

Para o presidente da CUT MT, Henrique Lopes, a pandemia traz a necessidade do fortalecimento do Estado “Somente o Estado é capaz de garantir saúde pública para todos, segurança pública e educação de qualidade. Porém, infelizmente, as autoridades insistem em navegar contra a maré, a maior prova disso, é a vergonhosa Emenda Constitucional 95 que congela os investimentos exatamente em saúde e educação”, frisa o presidente da CUT MT.

“A opção política desse governo é de privilegiar o capital do rentismo, que consome mais de 50% do orçamento federal, em detrimento às políticas públicas daqueles que são pagadores de impostos. E, junto com essas medidas de congelamento vem toda a precarização do serviço público e os ataques aos servidores. Por isso, o nosso repúdio. Queremos dizer SIM ao fortalecimento do Estado e NÃO ao Estado mínimo”, completa o professor Henrique Lopes.

O secretário de organização e política sindical da CUT MT, Robinson Ciréia de Oliveira, a manifestação nacional também é em defesa da vida dos trabalhadores da saúde, que atuam na linha de frente do combate à pandemia, “Esses profissionais merecem mais respeito, melhores condições de trabalho, segurança no ambiente de trabalho e fornecimento adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs)”, aponta o dirigente da CUT MT.

Reivindicações

Em Brasília, a Condsef/Fenadsef e o Sindsep-DF protestaram em frente à sede da Ebserh, onde entregaram carta de repúdio à empresa e abaixo-assinado com mais de 8 mil assinaturas. Também participaram Sindprev e Fenasps. O documento condena a redução salarial de parte dos trabalhadores da Saúde, implantada após alteração do cálculo do adicional de insalubridade que os empregados recebem. Em alguns casos, o corte chega a 27%.

O abaixo-assinado exige que a Ebserh acate a proposta de ACT apresentada pela Condsef/Fenadsef em dezembro de 2019, garantindo todas as cláusulas sociais, e pede que a empresa adote medidas efetivas para a proteção da saúde dos empregados dos Hospitais Universitários, principalmente neste momento de crise sanitária. A carta de repúdio que acompanhou as assinaturas elenca nove ameaças da Ebserh aos trabalhadores que atendem o SUS, das quais destacam-se a redução em 50% no valor da hora trabalhada em feriados, aumento da carga horária aos plantonistas noturnos e limitação da licença para acompanhar familiares a exames e consultas médicas.