Escrito por: CUT MT
Em defesa da vida a CUT/MT defende as medidas de isolamento, distanciamento social e o LOCKDOWN
Em defesa da vida a CUT/MT defende as medidas de isolamento, distanciamento social e o LOCKDOWN.
A Central Única dos trabalhadores em Mato Grosso, vem a público, manifestar seu total apoio às medidas restritivas impostas pelo Poder Judiciário na tentativa de evitar um maior caos à vida dos trabalhadores e trabalhadoras em nosso estado. Ao mesmo tempo, nos solidarizamos com os profissionais de saúde que mesmos diante de todas as dificuldades e perseguições impostas pelo estado, têm se mantido firmes na luta para salvar vidas.
A CUT/MT reafirma a crescente preocupação com a situação imposta pela pandemia do novo coronavírus à classe trabalhadora e aos setores populares no estado, agravada pelas medidas dos governos de Jair Bolsonaro e Mauro Mendes. Os impactos de suas políticas econômicas voltada para atender os interesses do capital e o desmonte e desestruturação das legislações de proteção, dos programas sociais e das estruturas do Estado, que deveriam assegurar saúde, educação, cultura, emprego, trabalho e renda, têm tornado dramática a vida das camadas populares.
Neste contexto, o vírus que provoca a Covid-19 encontrou terreno fértil para se proliferar, alçando o Brasil a um dos principais epicentros da pandemia e com um crescimento assustador em praticamente todos os 141 municípios de Maro Grosso. A crise sanitária continua a se agravar com o crescimento dos contaminados e do número de mortes, revelando que ainda não foi atingido o pico da pandemia em nosso país e consequentemente em nosso estado. A rede hospitalar, os equipamentos e principalmente os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde estão esgotados e cresce, também entre estes profissionais, os números de contaminados e mortos.
Em oposição à política nacional ultraliberal de Guedes e Bolsonaro, apoiadas e replicadas em Mato Grosso por Mauro Mendes e muitos prefeitos, que saciam a fome de lucro de um pequeno número de milionários que historicamente têm sido os únicos beneficiários das riquezas do estado, a CUT/MT entende que, ao lado das ações de solidariedade e da luta por investimentos públicos voltados para assegurar renda e atendimento médico adequado, é preciso iniciar imediatamente um processo de efetiva distribuição de renda, revertendo a concentração que torna profunda a desigualdade social e as imensas injustiças que promovem o luxo e riqueza de poucos milionários e a miséria da imensa maioria.
Seguindo Bolsonaro, Mauro Mendes isenta mais de 7 bilhões de reais de impostos dos ricos, engordando ainda mais os bolsos dos bilionários do agronegócio. Inviabilizam a Reforma Agrária através do desmonte do INCRA, da falta de apoio à agricultura familiar e, a destruição da Amazônia, com os ataques às terras indígenas e aos povos originários. Arrocha os salários dos/as servidores/as, estrangula o financiamento da saúde, da educação, da segurança pública, alegando crise fiscal. A crise é produzida e reproduzida. É uma crise ética de quem promove um estado fraco para garantir a opção pelos ricos e opulentos. E, a criação de verbas indenizatórias para altos escalões do governo é vergonhoso para quem foi eleito pelo povo, mas faz opção pelos ricos.
Insaciáveis, avançam ameaçando a Democracia e o Estado de Direito. As emendas Constitucionais e outras medidas enviadas ao Congresso Nacional e à Assembleia Legislativa visam esmagar os direitos sociais, a cidadania, com prejuízo à população.
Ao lado das lutas por direitos e por políticas econômicas que gerem emprego e trabalho digno, A CUT/MT se pronuncia pela necessidade da imediata revisão das políticas de isenções e renúncias fiscais adotadas aqui no estado de da realização pelo Congresso Nacional de uma reforma tributária justa, inclusiva e solidária, sem o que torna-se impossível reverter o desmonte dos serviços públicos e reconstruir a seguridade social.
A atual estrutura tributária regressiva, que tributa fortemente o consumo em detrimento da renda e da riqueza precisa ser enfrentada imediatamente para que a curto prazo seja possível enfrentar as consequências da situação dramática das famílias por meio de uma atuação decisiva do Estado no investimento e na promoção de programas sociais alinhados com o objetivo de reduzir as desigualdades.
Conclamamos todos os setores progressistas que defendem a democracia com justiça social, à luta pela regulamentação do artigo 153, inciso VII da Constituição da República que estabelece a tributação dos mais ricos e a desoneração dos mais pobres como forma de corrigir a distorção histórica que resultou na desumana concentração de renda e riqueza e desigualdade social e econômica.
A luta é por uma Reforma Tributária Solidária que passa pela isenção das classes populares do Imposto de Renda e que seja feito a tributação das grandes fortunas e das rendas superiores a 10 milhões de reais, que representam apenas 0,2% da população, ou seja, perto de 60 mil pessoas. Que se passe a tributar lucros, dividendos, remessas ao exterior, transmissão de grandes heranças e o sistema financeiro e que se passe a cobrar o IPVA de veículos de luxo como iates, helicópteros, jatinhos. A tributação dos ricos e milionários é uma medida para angariar recursos para enfrentar a crise e financiar o Estado para garantir o bem-estar para todos os cidadãos.
A CUT/MT entende que enfrentar o coronavírus aqui no estado é a principal tarefa de todos os mato-grossenses e de todas as instituições comprometidas como bem-estar da população e, diante do desleixo dos governos, vêm a público exigir medidas efetivas de proteção à vida, à saúde, ao emprego e à renda dos trabalhadores e trabalhadoras.
É hora de reconhecer a importância da política pública de saúde e do sistema universal para toda a sociedade brasileira. Para enfrentar esse momento, é preciso garantir que o Estado brasileiro tenha agilidade e recursos para, por meio dos serviços públicos, garantir o atendimento de toda a população, nos serviços de saúde, de assistência social e nos programas de proteção ao trabalhador e trabalhadora. O Congresso Nacional e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso devem suspender imediatamente todas as medidas que retirem direitos dos trabalhadores/as e priorizarem ações que permitam que o Estado tenha capacidade financeira para garantir às trabalhadoras e aos trabalhadores a proteção necessária nesse momento: (1) proteção ao emprego, com estabilidade; (2) proteção à renda, com garantia e ampliação dos programas existentes na seguridade social e outros mais que se fizerem necessários; (3) proteção à saúde, com segurança alimentar e medidas de combate ao contágio dos trabalhadores e trabalhadoras, formais e informais, com medidas específicas para os mais afetados: saúde, transporte, segurança pública e educação.
Essa tragédia econômica, social e sanitária nos atingiu num momento de crescente crise econômica. O cenário aponta para seu possível aprofundamento. A CUT/MT reitera as necedades de implementação das medidas emergenciais já apresentadas pelos principais movimentos sindicais que representam a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros (as) A saída passa pela recuperação da capacidade de o Estado brasileiro ampliar os investimentos.
Investimento público para atravessar esse momento
Para enfrentar o cenário agravado com a pandemia, é necessário ampliar o investimento público, garantindo que o Estado brasileiro possa atuar de modo efetivo, por meio das seguintes medidas:
1. Suspensão dos tetos de gastos (EC 95 nacional e 81 estadual), a fim de garantir os investimentos públicos necessários para fortalecer os serviços públicos, especialmente a saúde e a proteção social;
Medidas de proteção ao trabalhador e trabalhadora com garantia de estabilidade no trabalho e renda
Os trabalhadores e as trabalhadoras estão mais expostos aos riscos econômicos e sociais que virão. Também estão mais expostos ao contágio, uma vez que são eles que utilizam transporte público - que, em nossas cidades, trafegam cotidianamente com alta concentração de pessoas -, além de executarem as atividades laborais em locais com grande concentração populacional, muitas vezes sem ventilação adequada. É preciso adotar medidas que protejam os trabalhadores/as formais e também os informais.
Medidas de proteção à população mais vulnerável e à segurança alimentar
Medidas de proteção à saúde
Neste momento em que a maioria dos governos, sob pressão do empresariado e do governo Bolsonaro, investem na flexibilização da quarentena sem critérios sanitários defendendo lucros à custa de vidas, a CUT/MT reitera a sua defesa da vida acima do lucro e reafirma sua posição na defesa do isolamento social e de medidas rígidas de quarentena e de investimentos massivos no Sistema Único de Saúde (SUS) juntamente com emprego e garantia de renda como prioridade máxima para que a classe que vive de trabalhar possa passar pela crise sanitária com condições de prover as necessidades básicas.
DIREÇÃO DA CUT/MT
Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso- Livre, Autônoma e Classista
Cuiabá, 25 de junho de 2020