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Presidente da CUT-MT repercute repentina simpatia de Bolsonaro ao uso de máscara

Bolsonaro até poucos dias atrás minimizava o vírus desestimulando o uso da proteção

Publicado: 11 Março, 2021 - 15h59 | Última modificação: 19 Março, 2021 - 18h51

Escrito por: CUT-MT

LATUFF/CUT-MT
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Mesmo após ter criticado publicamente em diversas ocasiões o uso de máscara facial para diminuir os riscos de contágio do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro apareceu ironicamente mascarado em evento no Palácio do Planalto nesta quarta (10). A repentina mudança de comportamento ocorreu justamente após o discurso do ex-presidente Lula, que criticou as ações (ou a falta delas) do atual presidente no enfrentamento à pandemia.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso, Henrique Lopes, a súbita simpatia de Bolsonaro pela máscara e a retomada de um discurso “pró-vacina”, nada mais é do que o efeito Lula. “O que temos visto em nosso país é um governo que menospreza os mais pobres e em especial a classe trabalhadora, ao mesmo tempo em que se utiliza de uma política genocida, autoritária e antidemocrática. A pandemia apenas acentuou a postura desrespeitosa desse governo pelos direitos dos trabalhadores e pela vida, já que o atual presidente é um exímio negacionista da ciência, indo na contramão dela e agora, curiosamente, aparece usando a máscara e anunciando medidas para acelerar a compra de vacinas, algo que deveria ter sido feito em meados do ano passado, assim como outros países fizeram”, criticou Henrique.

Desde o começo da pandemia, Bolsonaro tem minimizado a doença, desestimulado o uso da proteção e o distanciamento social e rejeitado propostas de compra de vacinas. Em discurso pela primeira vez após decisão do ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal, que anulou as condenações sofridas na Justiça federal, o ex-presidente Lula criticou o atual governo. “Muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas, se a gente tivesse um governo que fizesse o elementar. A primeira coisa que deveria ter sido feita no ano passado era criar um comitê de crise com a participação de cientistas, mas ao invés disso, tivemos um presidente que falava de cloroquina e que era só uma gripezinha”, disse Lula em entrevista coletiva.

Edevaldo JoséEdevaldo José

Para a CUT-MT, a decisão do ministro Edson Fachin é o princípio da “justiça sendo feita, ainda que tardia”. “É uma vitória para nós da classe trabalhadora, mas ainda não completa. Precisamos que seja estabelecida a suspeição do ex-juiz Moro, para que o ex-presidente Lula tenha seus direitos políticos reestabelecidos. De qualquer forma, essa decisão veio para ratificar o que sempre acreditamos, que a condenação de Lula foi uma farsa política, midiática e judicial. Essa nova decisão traz esperança para nós, porque recoloca os nossos ideais da esquerda, de termos um Estado que assegure de fato, nossos direitos à saúde e educação de qualidade”, declarou Henrique Lopes.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores ainda destaca que anulação da condenação do ex-presidente Lula coloca em pauta novamente a expectativa de que o país volte a ter sua democracia respeitada, sem interferência dos poderes ou interesses alheios. “Sabemos que a vitória ainda não é completa, porque precisa de uma decisão colegiada, no entanto, nós enquanto entidade que representa a classe trabalhadora, lutamos para que o governo atue em prol das massas, dos filhos dos trabalhadores, e isso só será possível quando tivermos um presidente que realmente represente o povo”, disse Henrique.

Fonte: Assessoria/CUT-MT.