Em 2012, 338 gays,lsbicas ou travestis foram assassinados, o equivalente a uma mortea cada 26 horas. A situao foi apontada por estudo da ONG GrupoGay da Bahia, divulgado quinta-feira (10). O nmero 21% maior doque o registrado em 2011, quando 266 pessoas morreram, e indica umcrescimento de 177% em sete anos.
Com 188 mortes, 56% dototal, os gays so as principais vtimas da violncia homofbica,seguidos das travestis, com 128 casos. As 19 vtimas lsbicasrepresentam o maior nmero de ocorrncias registrado na histriada pesquisa, feita h 32 anos A pesquisa tambm contabiliza a mortede dois bissexuais, casos de suicdio causados por presseshomofbicas e o assassinato de um rapaz heterossexual morto porestar abraado ao irmo. Os assassinos acharam que se tratava deuma casal gay.
Segundo a pesquisa, em89 casos foram identificados os assassinos, sendo que em 73% doscrimes no h informaes sobre a captura dos criminosos, o quedemostra alto ndice de impunidade e um conduta considerada pela ONGcomo "gravssima homofobia institucional/policial".
Apenas um em cadaquatro homicidas foram identificados nos inquritos policiais.Destes, 17% tinham menos de 18 anos e 85% abaixo de 30 anos,demonstrando alto ndice de homofobia entre os jovens. E um em cadacinco crimes foi praticado por dois ou mais homens, aumentando aindamais a vulnerabilidade da vtima. Predominam entre os criminososseguranas particulares, rapazes de programa e ocupaes de baixaremunerao.
Em nmeros absolutos,So Paulo o estado com maior nmero de assassinatos, 45 nototal. Em termos relativos, Alagoas, com 18 homicdios, oequivalente a 5,6 mortes para cada milho de habitantes o estadomais perigoso para homossexuais. Com 45% dos casos de homicdio, aRegio Nordeste se caracteriza como a mais homofbica do pas,seguida de Sudeste e Sul, que somadas tm 33% dos assassinatos;Centro-Oeste e Norte, com 22%.
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O Acre no registrounenhuma morte de homossexuais no ano passado. Mas os autores doestudo alertam que de maneira generalizada h subnotificao dessetipo de crime, o que leva a crer que os dados podem ser ainda piores.A subnotificao notria, indicando que tais nmerosrepresentam apenas a ponta de um iceberg de violncia e sangue, jque nosso banco de dados construdo a partir de notcias dejornal, internet e informaes enviadas pelas ONGs LGBT, e arealidade deve certamente ultrapassar em muito tais estimativas,afirmou em nota o antroplogo da Universidade Federal da Bahia LuizMott.
Entre as vtimaslevantadas na pesquisa, 7% tinham menos de 18 anos, 44% tinham menosde 30 e 8%, mais de 50 anos. A vtima mais jovem tinha apenas 13anos, a mais velha, 77. Wilson Brando de Castro, proprietrio deuma sauna em Belo Horizonte, foi assassinado com sete tiros. Mas olevantamento identificou na faixa etria entre 20 e 40 anos, com 57%das vtimas, a maior vulnerabilidade homofobia.
Em 115 assassinatosforam usadas armas de fogo, em 88 armas brancas, em 50 as vtimasforam espancadas, inclusive com pauladas, pedradas ou marretadas.Oito vtimas foram queimadas. Constam ainda afogamentos,atropelamentos, enforcamentos, degolas, asfixias, empalamentos,violncia sexual e tortura. Oito das vtimas levaram mais de umadezena de golpes ou projteis, aponta o relatrio.
Fonte: REDE BRASILATUAL